terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Perfume

Ontem, após ter quebrado um frasco de perfume guardado há quatro anos, senti minha alma se libertando por entre os caquinhos de vidro.
Quebrei - para sempre - o nosso/meu amor. Nossa história virou um farelo cortante, espalhado no meio da estrada, onde as pessoas pisam sem sequer notar o que tocam com os pés.
E aquela última gota de perfume, guardada como minha última esperança, se esvaiu pelo ar, se dissipando no vento, perdendo essência, desimpregnando minha vida do seu cheiro.
Nunca mais terei o aroma que me deu, nunca mais votará a respirar a mulher que te fui um dia. 
Cacos de vidro não se remontam, assim como esse "nosso/seu" amor quebrado.

Texto: Carina Mota